quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Alentejo diverso:

Soletro as palavras que o vento cansado balbucia
ao meu ouvido,nas horas cercanas do meio dia
quando o sol tomba na planície
estendo os braços ao mundo,desalentados caiem-me
ao longo do corpo, como os frouxos ramos das árvores,
exauridas pela sede,estendendo as raízes pela terra de ventre
fervente,na busca incessante de um pouco de água
onde pudessem beber um pouco desse precioso líquido
que também os meus olhos procuram,mas só vêem em frente,
a planície onde só o sol ondeia,exalando da terra um bafo quente
soletro as palavras que o vento,balbucia cansado, e sonolento
como por milagre abro os olhos, e vejo à minha frente uma árvore
frondosa vestida de verde,onde os seus ramos se espelham uma lagoa
d'um azul céu,quando está contente,meus olhos pasmam diante de tamanha
descoberta,quando à pouco,o meu corpo desfalecia à mingua de um pouco
de água.
Alentejo diverso como me surpreendes,com tanta austeridade, e tanta inocência
sinto uma alegria, que se confundem com as mágoas,quando de ti me afasto
deixando-te para traz,nas asas da aventura atravessei-te,desbravando tanta terra
de vermelho ocre, que tingiam os meus pés,sentia pular dentro do meu peito um coração
cansado mas feliz,num êxtase infindável quando,o sol se escondia para lá dos montes,
abraçando a terra num abraço caloroso, desmaiando de tanta paixão,deixo-me ir no teu,
lânguido olhar adormecido, assim me beijas com os teus lábios escarlate,dizendo-me adeus!...

por ukumarques:
pub Setembro/ 1014
im..ukymarques:

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