quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O destino:

Estava ansiosa que a tarde passasse rápido,não conseguia ficar quieta,sentava-me e levantava-me num.desassossego permanente,olhava para o relógio que tinha à minha frente, parecia que o ponteiro tinha parado nas cinco horas, chegava até mim o som agudo de sirenes,pensei que se terá passado de tão grave que as ambulâncias não param de passar,mais uma vez me levanto inquieta, abro a janela lá ao fundo da rua ouço uma voz dizer aflita que grande acidente,as minhas pernas começam a tremer sinto-me vacilar
um calafrio percorre-me o corpo, arrasto-me com dificuldade até à cadeira para me sentar,queria sair ir para a rua saber o que se estava a passar, mas não fui capaz,as horas parecem não ter pressa,nunca o tempo me pareceu tão longo que naquela tarde,parecia que o dia nunca iria chegar ao fim
Sem querer o  meu cérebro começou a magicar coisas tenebrosas,as minhas mãos contorcem-se de ansiedade, uma angustia começa apoderar-se de mim,assusto-me com o som da minha respiração,na quietude dum silencio ensurdecedor que me esmagava o peito,não me deixando respirar,olho de novo o relógio são somente cinco horas e vinte e cinco minutos,tinha-mos combinado encontrarmos-nos na baixa  num café próximo do Rossio, tinha ficado de me telefonar antes das seis horas da tarde,o relógio nunca mais as marcava
Tínhamos- nos conhecido numa conferencia sobre antropologia onde cursávamos os dois, partir desse dia
começamos a sair com frequência, nascendo assim entre nós uma grande ligação,que se transformou num grande amor cheio de cumplicidade,até ao dia que deixei de ter noticias dele,desesperada tentei todos os contactos que tinha sem resultado,pois o Diogo parecia que se tinha tornado invisível, minguem sabia onde ele poderia estar
Passaram-se cinco longos anos cheios de tristeza e mágoa, por não perceber nem saber o que tinha acontecido,aos poucos fui me convencendo que tinha que refazer a minha vida,tentar ser feliz, esquecer o que tinha vivido com o Diogo
Num dia quente de verão ao fim da tarde,estava com uma amiga numa esplanada junto à praia na figueira da Foz,para onde tínhamos ido de férias, vi parar um carro olhei sem saber porque,fiquei com o olhar suspenso naquela direcção em que o carro estacionara,não não podia ser verdade,devia estar com alucinações devido ao calor que estava,cada vez mais perplexa ficava quanto mais ele se aproximava, Marta estava a falar-me mas eu não ouvia nada do que ela dizia, puxou-me por braço e disse-me viste que homem tão charmoso que acabou de sentar naquela mesa atrás de ti,estava  hipnotizada não me conseguia mexer nem falar,o meu celebro começou a passar imagens do Diogo, como se estivesse diante de um ecrã de cinema.
Não havia duvidas um pouco mais velho mas era o Diogo,olhei para trás por segundos e os nossos olhares cruzaram-se,uma sensação estranha percorre-me o corpo,as minhas pernas não deixam de tremer,agora tinha mesmo a certeza que era ele,a mesma postura a mesma atitude no traçar a perna esquerda sobra a direita,as mãos pousadas delicadamente sobre a mesa,queria sair dali mas não conseguia parece que estava presa ao chão.
Marta alheia a tudo o que se passava na minha cabeça disse,não é lindo! como eu gostava de conhecer alguém assim, pousei suavemente a minha mão no colo dela e disse é o Diogo!ali estava ele tão perto de mim
Marta disse não pode ser,como é que o Diogo vinha aqui parar sem saber que estavas aqui. Sorri e disse-lhe é o destino

por ukymarques:
im..google:
pub23/1/2013:

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