quarta-feira, 9 de março de 2011

Remexo numa gaveta










remexo na gaveta
onde o mar guarda
os seus segredos
de uma qualquer frase
solta-se um cometa

há tantas ilusões estragadas
por tempestades que rebentam
em trovões de astros destroçados
há tantos corações estilhaçados

O amor todo ele ainda retenho
entre os dedos
com que te acariciava
nas longas noites de loucura
nos lençóis amarrotados
espalhados pelo chão

ficou impressa a marca da paixão
com os nossos corpos
exageradamente trémulos e ferozes
Os dedos sussurrando chamas

tempestades de trovões
dum amor confuso amor
repetido
um amor que naufragou

resta
a misteriosa sedução
que ainda retenho
nas tempestades
da minha memória:

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